segunda-feira, 2 de maio de 2011

O Joia voltou


Como amante de cinema e jovem da “geração shopping center”, sempre tive inveja de quem viveu o tempo dos cinemas de rua. Acho improvável – ou melhor, impossível – que os multiplex atuais, mesmo com todo o refino tecnológico dos tempos atuais, se comparem, no quesito charme, às pequenas salinhas e aos suntuosos Palaces que existiam pelas esquinas da Tijuca, do Centro e de Copacabana. Mas o sonho não acabou. Desde semana passada, o clubinho dos cinéfilos do Rio tem motivos para comemorar.

Isso porque o Cine Joia, localizado na galeria de número 680 da Avenida Nossa Senhora de Copacabana, e fechado desde 2005, voltou. Agora sem acento, por conta do – maldito – acordo ortográfico, o Joia marcou época lá pelos idos da década de70, quando era ponto de parada obrigatório para quem gostava de filmes cult. Hoje, o Joia não é mais um “cine mofo”, como era conhecido. O espaço foi reformado e desde sexta-feira, suas 87 poltronas coloridas recebem admiradores de filmes que não tem muito espaço no circuito convencional ou de produções mais antigas. Essa semana, por exemplo, estão em cartaz os documentários “Paulo Gracindo – O Bem Amado” e “Joy Division”.

As 87 poltronas coloridas foram reformadas


Outro ponto muito interessante do espaço é a proposta dos administradores. Com o ingresso custando apenas R$ 10 a inteira, a Vilacine, empresa que mantém o cinema, tem como uma de suas principais características a luta pela democratização do acesso ao cinema. E o Joia é o piloto, ou seja, vai servir de termômetro para que a iniciativa espalhe outros cinemas como esse pela cidade. Eu torço para que dê certo.

Vida longa ao novo Joia!

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